terça-feira, 28 de junho de 2011

Música, Pão e Água

Como é que tudo começa mesmo?

Agarrar em nós e dar seguimento ao que a nossa mente comanda e há que deixá-la comandar de tempos a tempos, pois no fundo, ela tem toda a razão e todo o movimento debaixo dos seus dedos. Agrada-me pensar e, sobretudo, sentir que não preciso de mais nada para subsistir além de música, pão e água. Certamente que desse lado há quem releve o facto de que a água é o mais importante dos três enumerados e eu acedo, concordo e confirmo. Mas sem pão não haveria nada que amassar e nesta vida não há motivos por que deixar estragar todo o pão que nos oferecem ou que trabalhosa e honestamente se torna nosso por direito. Há que deixá-lo descansar enquanto é feito – no caso de querermos fazê-lo de raiz -, temos então de repousá-lo só, deixando o fermento actuar. E isto torna-se um universo culinário de repente. Mas de facto, abrindo a mente que ficou lá atrás - que nos acompanha, nos lidera e nos é sombra consoante desejarmos -, acontece que tudo se torna mais simples, mais fácil mais verdadeiro.
A música sempre foi um motor de busca, uma forma de comunicação, a forma mais poética – se mo permitem – de comunicarmos uns com os outros, de mandar recados, de nos declararmos, de nos despedirmos.

Os três, neste momento, são tudo o que necessito.



Maria Rocha,

27 de Junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

lição # 4 e início à Poesia

1)







toda a minha tranquilidade


aguarda uma revolta


para que possamos


construir




um lar




no meio dos




oceanos






- lembrei-me de nós e este é o meu primeiro poema entre tanto tempo passado. acredito firmemente que a vida toma o rumo que tem de tomar. que há períodos em que temos de nos dar espaço para que quando nos reúnimos novamente tenhamos todos os mundos para trocar e sentir.




À Lara, à Vanessa e ao António,






2)













com o passar dos dias, vou encontrando o meu ritmo, o meu passo mesmo. e com eles encontro também um pouco mais de tranquilidade e de que, apesar em alguns minutos antes de dormir receie o tempo e a minha estada aqui belisco-me, compreendo que era exactamente disto que precisava - de que preciso. às vezes, assusto-me com a minha exactidão e de quão bem me conheço. mas falta tanto, mas tanto. apaixonada já estou; por tudo o que consegui até hoje, pela mudança tão intensa que fiz no meu carácter e na minha capacidade de buscar nos outros o seu melhor e guardá-lo também em mim.












sábado, 25 de junho de 2011

lição # 3










a minha Mãe sempre passou uma força imensa, uma espécie de coragem que se auto-renova quando parece estar tudo a esmorecer. é por isso que decidi transformar o meu conceito de tempo. decidi moldá-lo à minha vontade e ao meu querer. creio que o meu lugar, por algum tempo, será aqui. creio também ter muito que aprender com quem me rodeia, com que vivo no momento e com que me vou cruzar. e devo fazê-lo sem medos. devo mesmo proporcionar os acidentes de que falei lá atrás, há um par de anos. senti-me sempre a destoar de onde estava e aqui não é excepção. no entanto, devo-me o direito de procurar, de me procurar - mesmo que nunca me venha a encontrar. julgo que a viagem, por si só, me trará tudo o que busco e algo mais. quando regressar levarei certamente uma bagagem imensa cheia de coisas que me farão sorrir. e é bom começar esta viagem aos 24 anos. nunca tarde, nunca.












da vossa e sempre,












maria

sexta-feira, 24 de junho de 2011

recado

sempre fui uma pessoa de dar tiros no escuro. e errando fui sentindo o que queria dar de passos cegos. ainda não sei o caminho, mas acho que enquanto cá andar, pé ante pé, não vou querer sabê-lo de cor.

tenho receio, mãe, mas tenho muito mais coragem.


maria rocha

24 Junho, Canárias, 2011

domingo, 22 de maio de 2011

lição # 2

não necessitamos de ceder, já que o que nos espera é sempre maior do que somos.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

lição #1



Um dia,


vou poder dizer aos meus filhos que comprei um bilhete só de ida para um país desconhecido e que senti em mim toda a força de uma vida por nascer.